sexta-feira, 8 de abril de 2011

Carona em voo presidencial!

E não é que o avião presidencial anda dando carona sem o consentimento da dona? O acontecido, de aparência insignificante, torna-se inaceitável sob o ponto de vista da segurança nacional. Sim, ele carrega a bordo a Presidenta da República. Trata-se de uma instituição. O aparato dispensado para garantir que nada de errado ou perigoso aconteça, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, é grandioso. Zelo total
Tudo o que cerca a vida de Dilma Rousseff é da conta do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), composto por dois tipos de servidores: os exaustivamente treinados para tal e aqueles de extrema confiança e direta indicação da comandante maior do país. Do pão que ela come no café da manhã ao carro que irá servi-la em visita a qualquer cidade do mundo, tudo pode e deve ser avaliado por essa equipe.
Pente fino
Para controlar os deslocamentos presidenciais, há ainda o Grupo de Transporte Especial (GTE). Até malas especiais são utilizadas nas viagens, para que visualmente seja possível ter certeza de que estranhos no ninho possam ser identificados com facilidade.
Embarcada
Pois no último Carnaval a professora de Educação Física Amanda Patriarca passeou no Airbus A-319, que ficou famoso pelo apelido de Aerolula. Já que a presidenta estava indo para Natal-RN, junto com a família, por que não aproveitar a carona? Foi o que pensou a passageira clandestina, que ganhou até mala do GTE para circular imune.
Desculpas
Ontem, depois que o Estadão escancarou o fato, todos os envolvidos trataram de dar suas versões. Em nota, o GSI declarou o óbvio: “Houve um equívoco no processo de autorização de viagem da passageira em questão, que não fazia parte da comitiva da Presidenta da República." E algo também nem tão óbvio assim: "...a presença da passageira, convidada pelo comandante do avião, Geraldo Lyra Júnior, não colocou em risco a segurança da comitiva presidencial. Todos os passageiros do vôo em questão foram previamente identificados e submetidos aos procedimentos usuais de segurança”. Ou seja, identificou-se alguém que não fazia parte da comitiva e, mesmo assim, esta pessoa embarcou na aeronave.
A mala
O coronel comandante do avião admite conhecer Amanda, mas jura de pés juntos que não autorizou nada. Do outro lado, a penetra garante que ele a ajudou a entrar no avião, "de última hora". A história tem até sua parte engraçada. Contrariados, funcionários despacharam, no voo de volta, a mala de Amanda diretamente para o gabinete de Dilma, para que, assim, o caso fosse descoberto.
Sem controle
Controle de acesso é importante em qualquer lugar. Desde uma escola até o avião da presidenta. Mas parece que no Brasil isso não é levado muito a sério. No ar, uma intrusa. Em terra, um assassino que invade sala de aula e mata crianças. A quem clamar por segurança?

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